O poder da gratidão

Em nossa vida conhecemos várias pessoas lidando com o desafio da depressão, e nós mesmos já passamos por fases assim. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a depressão vem crescendo no mundo todo nos últimos anos, e o Brasil é o país com maior prevalência da América Latina.

Quem sofre de depressão fica com uma percepção reduzida da realidade e tende a enxergar somente o lado negativo das coisas. Fica difícil encontrar sentido e apreciar as coisas boas da vida. Como diz o ditado: “não vemos o mundo como ele é, mas sim como estamos”. E como estamos é em grande parte resultado das histórias que contamos a nós mesmos sem perceber. 

Mas além disso, nós, seres humanos, temos também uma habilidade excepcional, quase um super poder, que é nossa autonomia, nosso poder de escolha e liberdade internos. E é esse poder interno que pode nos apoiar a ver o mundo com outros olhos e enxergar o que não víamos antes. Não se trata de ser “Polyanna” e colocar lentes “cor de rosa” para embelezar o que não é bonito, mas sim olhar também para as coisas que não estávamos conseguindo ver.

As práticas da gratidão e de “contar histórias do futuro que queremos” são poderosos recursos que nos ajudam a enxergar além das lentes limitadas da negatividade, e ativarmos nossa criatividade. 

Praticar a gratidão significa exercitar um olhar apreciativo para tudo que existe em nossas vidas e contribui conosco. Nós dois gostamos de fazer esta prática diariamente, individualmente pela manhã e isso nos ajuda a começar o dia com mais entusiasmo e energia. 

Ao iniciar, geralmente começamos pelas coisas mais óbvias e imediatas, agradecendo o ar que respiramos, o alimento que comemos, o corpo que temos. Agradecemos as coisas boas que tivemos na infância, contribuições que recebemos, amizades que tivemos, viagens que fizemos, uma celebração que aconteceu, um livro ou filme do qual que gostamos. Agradecemos pelos momentos importantes de nossas vidas e pelas pessoas que foram significativas para nós. Também agradecemos pelas coisas que realizamos em nossas vidas das quais nos orgulhamos. 

Lentamente esse ‘músculo’ da gratidão vai se desenvolvendo e a prática vai se expandindo para diversos detalhes que ao longo do tempo fomos deixando de perceber e desapareceram das histórias que contamos sobre nós mesmos e nossas vidas.

Quando nossas próprias histórias se tornam mais completas, não quer dizer que a parte de nossas vidas em que há sofrimento desaparece, mas se torna mais fácil lidar com ela percebendo que existem outras experiências que nos conectam com a vida. E há muito mais poder desse lugar de amor, de vida, de conexão para lidar com o que é difícil.

Ao ampliar a percepção para além daquilo que não estamos gostando, nos libertamos desse aprisionamento e podemos começar a sonhar o que queremos ver em nossa vida, criando novas possibilidades futuras, nos tornando os contadores de nossas próprias histórias.

Experimente! 🙂

*Texto originalmente publicado na Revista Viva Saúde. Escrito por Sandra Caselato e Yuri Haasz.

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